domingo, 18 de abril de 2010

Prefeitos criticam Parque Nacional Altos da Mantiqueira: Municípios temem efeitos da restrição à ocupação de serra

Ambientalistas, representantes de órgãos governamentais ligados ao meio ambiente e centenas de produtores rurais, fazendeiros e empresários ainda não chegaram a um acordo sobre a criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira (Parna). A proposta do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente, em criar uma área de preservação permanente, que abrangerá 16 municípios entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, transformou-se em um verdadeiro impasse. Uma reunião em Passa Quatro, no Sul de Minas, entre os prefeitos e representantes das assembleias legislativas dos três estados, resultou no pedido de suspensão do projeto, que deve ser encaminhado nos próximos dias ao Ministério do Meio Ambiente.

Apesar de algumas reuniões já terem sido realizadas para se discutir alternativas, muitas das partes envolvidas ainda são contrárias ao processo. Do lado favorável ao parque está o ICMBio, com o apoio de organizações não governamentais. O objetivo da instituição é proteger uma área de 87 mil hectares, ocupada por fauna e flora remanescentes de Mata Atlântica e nascentes dos principais rios do Sul de Minas e do Vale do Paraíba. Do outro, estão os proprietários das terras, preocupados com desapropriação.

A discussão envolve também empresas que atuam no plantio de eucalipto e temem perdas com o negócios e as prefeituras, receosas com o impacto social da possível mudança de famílias da zona rural para as cidades. Caso seja criado, o parque vai abranger as extensões de florestas existentes nas seis cidades mineiras de Delfim Moreira, Marmelópolis, Virgínia, Passa Quatro, Itanhandu e Itamonte; os municípios paulistas de Cachoeira Paulista, Campos do Jordão, Cruzeiro, Guaratinguetá, Lavrinhas, Pindamonhangaba, Piquete, Queluz e Santo Antônio do Pinhal, além de Resende, no Rio de Janeiro.

Os prefeitos decidiram criar um documento pedindo a suspensão imediata da proposta do ICMBio, para que ela seja melhor analisada e todos entrem num acordo. A carta que está sendo elaborada por prefeitos de São Paulo deve ser encaminhada para os representantes do poder Executivo de Minas. Eles pretendem junto aos deputados marcar uma audiência e entregar o pedido à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e ao Governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia.

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