Modelo tradicional de ensino prevê início aos 6 anos; antecipação provoca polêmica entre educadores e famílias.
Impulsionados pelo ensino fundamental de nove anos e tendo como bandeira o lema de que quanto mais cedo começar melhor será o desempenho no futuro, escolas e pais têm antecipado o início da alfabetização formal de crianças dos 6 e 7 anos para os 3 e 4. Essa alfabetização precoce, mais comum nos colégios de classe média, tem despertado polêmica entre famílias, escolas, educadores, psicólogos e médicos.
Pelo método tradicional, definido ao longo do último século, a idade para a criança aprender a ler e escrever está entre os 6 e 7 anos. Antes disso, é tempo de brincar, explorar os sentidos, desenvolver a coordenação motora e interagir com outras crianças. A boa educação infantil, por esse viés, é a que propicia essas descobertas de maneira lúdica e estimulante.
Porém, para alguns grupos, esse roteiro não parece mais suficiente. O argumento está na velocidade do mundo. Computadores e videogames têm submetido as crianças ao universo letrado mais cedo. E, teoricamente, preparando-as antes para os códigos alfabéticos.
Para especialistas, é preciso ter cuidado. Submeter crianças pequenas a um modelo similar ao do ensino fundamental, com separação de disciplinas, lição de casa e cobrança de desempenho pode gerar desestímulo e dificuldade.
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