quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Duas em cada cinco empresas já receberam oferta de propina

É o que demonstra o relatório da Transparência Internacional, que teve sua versão em português apresentada ontem no Seminário "Superando a Cultura da Corrupção", em Brasília

De acordo com o relatório, a corrupção no setor privado, resultante de suborno, cartéis empresariais e influência indevida sobre a política pública custa bilhões e obstrui o caminho para um crescimento econômico sustentável. O lançamento da versão em português do “Global Corruption Report 2009: Corrupção no Setor Privado” (GCR) aconteceu no dia 9 de dezembro, durante o seminário da ABRACCI, Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade “Superando a Cultura da Corrupção”, que continua hoje em Brasília.

O material mostra como as práticas corruptas constituem uma força destrutiva que prejudica a concorrência leal, sufoca o crescimento econômico e prejudica a própria empresa. Nos últimos dois anos, as empresas tiveram que pagar bilhões em multas devido a práticas corruptas.

Apenas em países em desenvolvimento, empresas em conluio com políticos corruptos e funcionários do governo, têm fornecido suborno estimado em até 40 bilhões de Euros anuais, de acordo com o GCR. E o custo estende-se a uma perda de confiança entre os clientes, bem como parceiros de negócio.

A pesquisa mostra também que metade dos executivos de negócios internacionais consultados estima que a corrupção aumente os custos de projetos em pelo menos 10%. Em última análise, são os cidadãos que pagam: os consumidores ao redor do mundo pagam aproximadamente 300 bilhões de dólares a mais em produtos, por conta de quase 300 cartéis internacionais descobertos entre 1990 a 2005.

Porém, integridade corporativa é muito mais do que ganhos sustentáveis ou retornos sobre investimentos. Desde a escassez de água, a condições de trabalho exploradoras, medicamentos inseguros ou construções ilegais, a corrupção pode trazer danos irreversíveis à sociedade como um todo. “Por isso, o setor privado tem um papel crucial a desempenhar, operando com transparência e responsabilidade. O caso da BOVESPA é citado no relatório como exemplo de boas práticas nesse sentido”, afirma Caio Magri, assessor de políticas públicas do Instituto Ethos, respondendo também pela secretaria executiva da ABRACCI.

Sobre o Global Corruption Report:
Transparency International Global Corruption Report 2009: Corrupção nos setores privados (GCR) apresenta mais de 75 especialistas em examinar as consequências da corrupção corporativa. Este é complementado por 46 relatórios por país, juntamente com as melhores práticas e recomendações. O GCR é uma publicação que reúne peritos de investigação e análise de todo o mundo, com um foco temático relacionado à corrupção.

Sobre a ABRACCI:
A Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade teve início em 2009 e congrega um conjunto de organizações da sociedade civil no intuito de provocar uma forte tomada de consciência por parte da sociedade como um todo, promovendo práticas de combate à corrupção e à impunidade.

Mais informações à imprensa: SOMA Agência
Ana Lúcia Berndt
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