domingo, 9 de maio de 2010

Verdade, Realidade e Fantasia

A estória que transcrevo a seguir, ouvi-a de Divaldo Pereira Franco. Ei-la, resumidamente aos leitores:

Havia um reinado, onde Sua Majestade realizava uma grande festa para seus liderados, ali imperando a hipocrisia, o interesse disfarçado, o riso falso e a bajulação barata. No meio da festa, o porteiro recebe uma visita inesperada: uma linda mulher, jovem, e totalmente nua. Declarava-se chamar VERDADE e desejava falar com o Rei. O porteiro consultou o primeiro ministro que determinou fosse expulsa a incômoda visita, já que jamais poderia receber naquela festa a VERDADE, de vez que ali conviviam com a mentira, a corrupção e interesses outros, que iam da dominação à mediocridade.

Dona VERDADE voltou chateada para casa, mas procurou agora vestir-se como uma mendiga, apresentando-se novamente ao porteiro com roupas em frangalhos, suja, feia, rogando novamente uma entrevista com o Rei. Consultado novamente o primeiro Ministro, ordenou este novamente fosse expulsa a visitante que agora dizia chamar-se REALIDADE, pois que naquele ambiente não poderiam conviver com a realidade, já que viviam de fantasias e ilusões.

Dona VERDADE ficou abatida, mas não desanimou. Meditou durante longos minutos e resolveu voltar ao palácio, agora muito bem vestida, com apetrechos de beleza adornando seu rosto e roupas e ainda acompanhada por batedores, lindos cavalos e numa carruagem de impressionar. Apresentou-se ao porteiro e disse chamar-se FANTASIA. O porteiro, impressionado com a apresentação, nem consultou o primeiro Ministro. Simplesmente abriu os portões e permitiu a entrada de dona FANTASIA. O Rei e seu representante, impressionados com a beleza daquela mulher, interromperam o baile, chamaram os convidados para a apresentação da nobre visitante. Mas, ao tocar nas mãos da visitante para apresentá-la aos convidados, eis que ela se transforma, despindo-se totalmente para apresentar-se como a VERDADE que todos precisam conhecer.

Moral da estória: A VERDADE às vezes precisa vir disfarçada com a fantasia, para não ferir ou assustar. A REALIDADE muitas vezes cria duros embaraços. Observe que o próprio EVANGELHO vem apresentado na embalagem das parábolas que trazem grandes verdades para serem assimiladas. Porém, respeita a fragilidade humana que leva algum tempo para assimilar os grandes ensinamentos. Assim também nos relacionamentos humanos: a VERDADE precisa muitas vezes vir adoçada com alguma fantasia para que não percamos a noção da felicidade. Que usemos a reflexão para as grandes VERDADES de nossa vida.

Orson Peter Carrara

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