A natureza, constrói-se desde os primórdios, sob o lema da "lei do mais forte".
A aparente crueldade deste fenômeno é no entanto regulada por critérios tão naturais quanto justos.
O Leão come a zebra porque é mais forte, mas a zebra que ele come é a mais...
... na nossa condição de humanos "insaciáveis", cedo aprendemos a tratar partido da “lei do mais forte”, porventura de formas menos morais como as que os animais criteriosamente aplicam na sua selvátiva luta pela sobrevivência. Recordo o impacto causado pela divulgação recente de uma reportagem da vida animal, em que se observou que uma leoa que tinha comido outro animal, quando percebeu que esse outro animal tinha deixado uma cria de tenra idade, adotou-a,... Dá realmente para pensar, pois nós quando na nossa luta sem tréguas para conquistar um lugar de destaque "comemos" o nosso semelhante, não olhamos nem para o lado para nos preocuparmos com os danos colaterais resultantes da nossa atitude.
Esta reflexão que vos proponho é gritantemente paradoxal, já que sendo o homem dotado da inteligência que faz a diferença no reino animal, acaba por adotar atitudes e comportamentos mais irresponsáveis, muito pouco dignos da maravilhosa capacidade acrescida de que é dotado.
É por isso que os níveis de estresse no trabalho e mesmo nas nossas relações sociais e familiares são elevadíssimos, pois nos habituamos a uma luta grotesca e desleal em que até a lei do mais forte não se aplica, para dar lugar à lei do mais esperto (diferente de inteligente).
Na nossa rotina diária de afazeres e compromissos, não nos apercebemos das conseqüências que essa "selvajaria" instituída tem nas nossas vidas e nos nossos locais de trabalho que, a par das dificuldades inerentes a uma concorrência e competitividade cada vez maior, ainda têm de viver com uma infinidade de dificuldades de evidencia mais ou menos sutil que vão desde as graves rivalidades internas, atropelos de carreira e ás intrigas e chantagens a assédio, aos aparentemente menos importantes descontentamentos e desconfortos profissionais.
Ao longo da minha trajetória profissional tenho estudado os efeitos desta embaraçosa realidade e preocupei em contribuir para uma justa inversão desse processo. Não tem sido fácil esta “luta”, mas se pelo menos eu poder contribuir para a implementação de “lei do mais forte” (se alguém tiver que ser “comido”, que seja por um mais forte!), que os animais adotaram com invejável mestria e justiça, já me sinto realizado… um pouco!
Daniel Figueiredo
Consultor/pesquisador
Formação Acadêmica: História/História de Arte - Universidade Lusíada de Lisboa
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