No último quartel do século 20, o termo corporativismo havia adquirido um significado inteiramente novo, que permanece inalterado até os dias de hoje.
Corporativismo passou a designar uma organização sindical monopolista (trabalhista ou patronal) que agrupa e defende, seja no âmbito local, regional ou nacional, os interesses de determinado grupo profissional e econômico.
A novidade trazida pelo novo significado é que o corporativismo surge por iniciativa dos variados grupos da sociedade civil e não mais como uma imposição do Estado.
Além disso, o termo corporativismo adquiriu uma conotação extremamente pejorativa ao ser identificado como um tipo de forma associativa que tem por objetivo assegurar privilégios e proteção para seus membros e para certos segmentos ou setores sociais, em detrimento de uma coletividade maior (ou seja, da sociedade como um todo) ou até mesmo do interesse de um país diante de outro.
Sindicatos, empresas e as mais variadas instituições são acusadas de práticas corporativistas quando recorrem ao Estado ou ao governo e obtêm prerrogativas, direitos ou benefícios exclusivos que lesam outros segmentos sociais ou o interesse público. De modo geral, é com esse significado que os meios de comunicação (televisão, rádio, imprensa escrita etc.) abordam o corporativismo.
*Renato Cancian é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais. É autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: Gênese e Atuação Política."
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