Formadas normalmente em áreas de rochas calcárias, as cavernas brasileiras sempre estiveram no centro de um impasse. De um lado a preservação ambiental e de outro a exploração econômica. Isto porque o calcário é a matéria-prima para a fabricação do cimento, além de ser usado pela indústria farmacêutica. Mas um decreto assinado pelo presidente Lula no final do ano passado pretende acabar com a polêmica. A norma determina que seja feito um mapeamento de todas as cavidades subterrâneas no Brasil . A ideia é classificar grutas e cavernas por grau de relevância, estabelecendo o que é de interesse cientifico e turístico, e o que pode ser explorado por empresas de mineração, como explica o coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Geologia e Minas do Sistema Confea/Crea, Alexandre Carneiro:
"Teria que ser feito o levantamento planialtimetro, topográfico, com escala de detalhes, levantar todas as cavernas e as grutas de interesse cientifico e turístico e fazer um zoneamento da área de entorno. Até determinada distância daquela caverna é intocável. Vamos supor se tem uma caverna aqui e daqui dez quilômetros tem outra, o pensamento antes era de que toda esta região de não sei quantos mil hectares teria que ser preservado. Agora não. Preserva as cavernas e libera para atividade econômica o entorno."
O geólogo lembra, ainda, que o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia defende a ideia de que, além do zoneamento, Estados e municípios mineradores criem departamentos públicos de mineração para desenvolverem políticas próprias de preservação e exploração.
Reportagem, Francisco Júnior
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