A zona rural de Minas Gerais, onde tradicionalmente as pessoas preservam valores como respeito, religiosidade, dignidade, e união familiar, está sendo invadida pelo crack, a mais destruidora das drogas que assolam as grandes e médias cidades do país. A reportagem do HOJE EM DIA percorreu 3 mil quilômetros em busca de relatos sobre essa tragédia social que se espalha pelo Estado, recolhendo denúncias e detectando que trabalhadores da apanha de café e do corte de cana-de-açúcar usam crack para, supostamente, aumentar o desempenho na atividade e conseguir melhores rendimentos.
Os traficantes estão em busca desses trabalhadores e de seus filhos adolescentes para transformá-los em alvos preferenciais, novos usuários. Os criminosos escondem o crack, e também a maconha, nos cafezais e canaviais, e vendem as drogas para lavradores e adolescentes desempregados, favorecidos pelos esconderijos das matas e das plantações, certos da ausência de policiamento e vigilância.
O veículo preferido para transportar as drogas é a motocicleta. Com ela, os traficantes circulam facilmente pelas estradas vicinais e trilhas, para levar as drogas que, em grande parte, têm origem nas mãos de grandes organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, conforme afirma a deputada federal Marina Maggessi (PPS-RJ).
“Os chefões dessas organizações criminosas são a ponta do tráfico no Brasil. Eles recebem a pasta-base da Colômbia ou da Bolívia e repassam para laboratórios do tráfico na Grande Belo Horizonte e em outros centros urbanos. Daí, em forma de cocaína ou crack, essas drogas são repassadas para o interior. Das cidades com 30, 20 ou até 15 mil habitantes, o crack está sendo levado para as vilas, distritos e povoados na zona rural. Não tenho dúvida sobre isso”, diz a deputada, que durante décadas comandou a Divisão de Narcórticos da cidade do Rio de Janeiro, no combate ao tráfico nas favelas.
Jornal Hoje em Dia: Repórter Gabi Santos http://www.hojeemdia.com.br/
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