Administradores, contadores, estatísticos, profissionais da tecnologia da informação, analistas de sistema, auditores fiscais e policiais militares estão recebendo treinamento para assumir com discrição, já nas próximas semanas, uma atividade que promete tirar o sono dos sonegadores fiscais. Eles vão trabalhar no Laboratório contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), ferramenta desenvolvida no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), da Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, usada também no auxílio à recuperação de ativos. Em princípio, a fiscalização recairá sobre grandes operadores de fraudes contra os tributos estaduais. Mas os trabalhos vão expandir em breve para a investigação de outros crimes, que antecedem a prática da lavagem de dinheiro, como o narcotráfico e a corrupção de agentes políticos.
Com o respaldo de equipamentos e softwares de ponta, os profissionais declaram guerra aos fraudadores de tributos, prometendo operar com eficiência um verdadeiro Big Brother da sonegação. Para se ter uma ideia do que vem por aí, o mais simples dos softwares, o I2, velho conhecido do serviço secreto inglês, foi utilizado nas investigações do mensalão e é considerado o “Fusquinha” da nova tecnologia disponível. Por meio de interceptação telefônica e bancária, o I2 levanta as redes de relacionamento dos indivíduos investigados, vinculando informações, produzindo provas e elucidando os esquemas de fraude. Todo esse aparato tem nome conhecido, mas localização precisa não revelada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, a exemplo da identidade dos 12 profissionais envolvidos no projeto.

Reportagem: Bertha Maakaroun - Jornal Estado de Minas
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