Governo federal e MP de Minas firmam convênio para criar no estado grupo de profissionais que vai trabalhar com programas e equipamentos de alta tecnologia de combater a corrupção
Administradores, contadores, estatísticos, profissionais da tecnologia da informação, analistas de sistema, auditores fiscais e policiais militares estão recebendo treinamento para assumir com discrição, já nas próximas semanas, uma atividade que promete tirar o sono dos sonegadores fiscais. Eles vão trabalhar no Laboratório contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), ferramenta desenvolvida no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), da Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, usada também no auxílio à recuperação de ativos. Em princípio, a fiscalização recairá sobre grandes operadores de fraudes contra os tributos estaduais. Mas os trabalhos vão expandir em breve para a investigação de outros crimes, que antecedem a prática da lavagem de dinheiro, como o narcotráfico e a corrupção de agentes políticos.
Com o respaldo de equipamentos e softwares de ponta, os profissionais declaram guerra aos fraudadores de tributos, prometendo operar com eficiência um verdadeiro Big Brother da sonegação. Para se ter uma ideia do que vem por aí, o mais simples dos softwares, o I2, velho conhecido do serviço secreto inglês, foi utilizado nas investigações do mensalão e é considerado o “Fusquinha” da nova tecnologia disponível. Por meio de interceptação telefônica e bancária, o I2 levanta as redes de relacionamento dos indivíduos investigados, vinculando informações, produzindo provas e elucidando os esquemas de fraude. Todo esse aparato tem nome conhecido, mas localização precisa não revelada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, a exemplo da identidade dos 12 profissionais envolvidos no projeto.
O convênio para a criação do laboratório foi assinado ontem, por Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça, e Alceu José Torres Marques , procurador-geral de Justiça de Minas Gerais. O custo estimado do investimento é de R$ 3 milhões e será repassado pelo governo federal em tecnologia. A contrapartida do estado é a instalação do laboratório e a manutenção da equipe.
Reportagem: Bertha Maakaroun - Jornal Estado de Minas
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